sexta-feira, 1 de abril de 2011

Por que não nos achegamos a luz?

"O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. Pois todo aquele que pratica o mal aborrece a luz e não se chega para a luz, a fim de não serem argüidas as suas obras. Quem pratica a verdade aproxima-se da luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque feitas em Deus." Jo 3:19-21

Lá estava Nicodemos tendo uma papo secreto de madrugada com Jesus. Era noite, a biblia diz, e Nicodemos resolve falar pessoalmente com Jesus. Reconhece que este homem tão diferente e cheio de poder sobrenatural tem que ser de Deus. "Rabi, sabemos que és Mestre vindo da parte de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não estiver com ele.", diz Nicodemos. Você já teve uma convicção dessa... todos ao se aproximarem de Jesus, ou quando Jesus se aproxima, percebem que algo diferente existe nele.
Não sei se você já teve um encontro com Jesus. Hoje isso acontece de diversas formas; lendo a biblia, conversando com alguém que o conhece e ama, convivendo com alguém que o segue... não importa como, mas que esse encontro acontece, acontece. Então você como Nicodemos percebe, algo tem de diferente, isso deve vir de Deus.
Se você passa a querer descobrir mais sobre isso, você percebe que não pode entender isso. Isso não está em você e não faz parte de quem você é. Jesus sabe disso e nos responde, para a nossa admiração, com uma afirmativa impressionante: "se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." Com isso Jesus revela que para entender quem ele é nós precisamos nascer... ora, para algo nascer é preciso não existir... o que precisa nascer? Jesus continua dizendo que o Espírito está morto. Precisamos nascer do Espírito para entendermos e amarmos a Jesus. E isso não está em nosso poder, é como o vento que não sabemos de onde vem ou para onde vai...
Para isso acontecer é preciso crer na Luz do mundo, Jesus.
No entanto para crer é preciso nascer de novo. Por que? Porque nós não amamos a luz. O homem naturalmente não ama a luz. Isso porque a luz revela quem somos. Se nos compararmos com as trevas(os erros da humanidade) ao nosso redor, as trevas dentro de nós(nossos erros) são tão insignificantes que ficamos numa situação confortável. Quem ousará jogar a primeira pedra? A escuridão é boa e amamos ela, ela nos conta que nós estamos certos quando a consciência nos acusa. Nos diz que está tudo numa boa... Se existe um Deus no final das contas, a escuridão em que vivemos nos engana, para que pensemos que até que existe uma luz em nós. Que Deus no final das contas vai ver que demos o nosso melhor...
Ah, mas esse papo cai por terra quando encontramos a luz. Ela incomoda porque não é como nós. Ela revela quem nós somos. Então nesse momento que a encontramos somos confrontados; a nossa tendência natural é nos afastar dela... Já quando nascemos de novo, algo em nós nos atrai para a luz, e isso que nos atrai é o Espirito em nós. Ele começa a produzir em nós um amor por essa luz e nos leva a fazer obras em Deus, e essas obras precisam ser manifestas pela luz de Deus. A ação do Espírito precisa ser revelada pela luz para glorificar esse mesmo que produz essas obras, Deus em nós. E ai passamos a ter olhos para ver o reino de Deus. Passamos a nos maravilhar com as mudanças que Deus faz em nós. O maior mulagre de todos é Jesus nos mudar, ele opera esse milagre em nós.
Existem dois personagens que ilustram muito bem isso:
Pedro foi avisado pelo Senhor que o negaria três vezes... Ele o negou mas só caiu em si quando lembrou das palavras de Jesus e Jesus o olhou nos olhos. A luz revelou a Pedro quem ele era... isso incomodou. Mas Pedro amou aquele olhar, isso o levou a lágrimas amargas. Mas como foi o resto da história dele? O Espírito o mudou... leia as cartas de Pedro e veja em quem o Espírito o transformou.
Judas traiu Jesus também. Se arrependeu, devolveu suas moedas pois não podia ficar com aquele dinheiro de sangue... O olhar de Jesus quando Judas o entregou o revelou: Com um beijo você me trai? A palavra de Jesus o confrontou. Mas Judas não amou esse olhar que revelou quem ele era... Fugiu, fugiu da luz. O fim de sua história: se matou...
Para amar a luz, o Espirito precisa nascer em nós... nossas obras são más, por nós mesmos fugiremos da luz, porque ela revela quem somos.

"O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito."

quarta-feira, 16 de março de 2011

Retiro 2011

"Confesso acordei achando tudo indiferente. Verdade, acabei sentindo cada dia igual."

Embalados pela bela voz de uma cantora famosa, hoje todos nós poderíamos nos referir ao Retiro de Carnaval em tom melancólico. Afinal de contas, o que teríamos pra contar de um retiro em que o sol só nos brindou com a sua presença ao descermos do ônibus já em Maria da Graça? Não escondo de ninguém a minha frustração com o Clima-Tempo que me disse que a partir de domingo teríamos sol. Até então ele nunca tinha mentido pra mim. E o que dizer daquela bagunça na hora da saída do ônibus, todas aquelas crianças querendo embarcar, não tinha espaço pra enfiar tudo no bagageiro, esquecemos até a caixa da bateria.
Mas mesmo com tantos "contras", na manhã de sábado, confesso que acordei achando tudo diferente. E ao longo do retiro, confesso que não senti nenhum dia nada igual. Entre pessoas novas e novas pessoas, pudemos ver harmonia. Harmonia essa que renovou muitas relações velhas. Entre amores, amizades, colegas, conhecidos e estranhos havia sempre algo em comum. Orações permeavam nossas manhãs e noites, cultos e devocionais, louvores e palavras que nos faziam sentir mais próximos de Deus.
Premiados com um delicioso churrasco, extendemos o retiro até a quarta-feira de cinzas, que de cinzenta não teve nem o céu.
É bom ver que trouxemos reflexos desse retiro, mas é melhor ainda ver que nós refletimos nesse retiro e que nossas reflexões estiveram em Deus.
Estou muito feliz pelo retiro e por todos nós.
Graças a Deus podemos ver o Seu agir em nós e as transformações que isso causa.
Sejamos fortes, não como UMP, não como UPA, ou Igreja Presbiteriana de Maria da Graça, e sim como filhos de Deus, lavados pelo seu sangue e remidos pelo seu amor.
2011 será (e já está sendo) um ano de muitas bênçãos para todos nós.

Fiquem todos com Deus.
Um grande abraço a todos.

(Em breve postarei o video do Retiro aqui)

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A Paz

O fruto do Espírito faz oposição com o fruto da carne. Para ter-se o fruto do Espírito é necessário nascermos do Espírito, isto é, passarmos por um novo nascimento. Sairmos do reino da escravidão e sermos transportados para o reino da luz.
Dentro desse novo reino passamos a experimentar uma transformação sensacional. Esse fruto não é naturalmente produzido pelo homem natural. Só o Espírito de Deus pode reviver o homem morto em seus pecados e fazê-lo produzir novo fruto, o fruto do Espírito. Interessante destacar que embora vemos esse fruto, parte em parte, ele é apenas um fruto. Todos aqueles que são filhos de Deus devem produzir todos os gomos desse fruto.
A parte do fruto que iremos destacar hoje é a paz:
Como é fruto do Espírito essa paz não é a paz que o mundo dá:
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14:27
Aqui já temos essa diferença. A paz de Deus é uma paz que produz não uma sensação de segurança falsa, que no nosso íntimo sabemos que é temporária. Um dia teremos que enfrentar o nosso maior medo, a morte, e a realidade que iremos prestar contas, irmos a julgamento pelos nossos atos. Por isso a paz de Deus é em primeiro lugar paz com Deus.
“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” Rm 5:1
Esta era a paz que Cristo nos oferecia por meio dele mesmo. Sua morte na cruz direcionou a ira de Deus para ele mesmo, para que aquele que nele crê encontre a paz com Deus. Queria que todos pudessem sentir e experimentar essa paz com Deus, porque ela excede todo o entendimento, vai além da nossa compreensão. Tem uma musica que diz: “Não saberei quanto custou ter os meus pecados lá na cruz.” Nunca entenderemos o preço que foi pago para que eu e você pudéssemos ter paz com Deus.

“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.” Fp 4:7

Então, com apenas esses versículos já percebemos muitas promessas que Deus tem para nós por causa dessa paz. Veja quais são:

Por termos a paz de Cristo:

Não precisamos ficar preocupados, ou turbados. Jesus nos convida a recebermos a paz que pode nos garantir uma vida de tranqüilidade em meio à tempestade. A tempestade vem, mas Cristo está no barco. Ele acalma a tempestade.

Não precisamos ficar atemorizados. Temos Deus ao nosso lado, fomos feitos amigos de Deus. “O SENHOR é a minha luz e a minha salvação; a quem temerei? O SENHOR é a força da minha vida; de quem me recearei?” Sl 27:1

A paz de Deus é aquela que guarda o nosso coração e sentimento em Cristo Jesus. Que promessa extraordinária. Temos então um coração guardado por Deus em Jesus. O mundo tenta o tempo todo machucar o nosso coração, mas o nosso coração não se machuca mais, pois está escondido em Cristo. Não deixe que esse mundo quebre o seu coração, ele não está mais disponível para ser usado e maltratado. Ele está guardado com Cristo, por você ter a paz com Deus. Mas não apenas isso. Seus sentimentos também estão guardados pela paz em Deus. As coisas que você sente estão guardadas pela paz de Deus.

Aplicação:

Podemos então lutar contra todas essas coisas: medo, agitação, coração ferido e sentimentos ruins. Como? Lembrando-nos dessa parte do fruto do espírito, paz. Essa paz que o mundo não conhece.
Sempre que formos assaltados por essas coisas podemos com ousadia pedir que a paz do Senhor nos invada e nos dê vitória. Ela guardará o nosso coração.

Oração:

Senhor, dê-nos da Sua Paz, que o mundo não pode dar. Paz que nos permite descansar debaixo de suas asas, no lugar seguro. Ali temos segurança. Não permita que sejamos roubados dessa paz pelas tempestades dessa vida. Amém.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Crescimento Cristão - Francis Schaeffer

"Uma vez que aceitamos Cristo como nosso Salvador, estaremos unidos com Cristo, não em algum sentido vago ou improdutivo; antes estaremos unidos com um Cristo ressurreto e vivo, e, como noiva de um Cristo vivo, teremos o mais alto e grandioso chamado de dar frutos para Deus. Cristo é a videira, e nós somos os seus ramos; permanecendo nele, traremos frutos. Somos chamados a ser como Maria, que se entregou a Deus e com isso, num ato de passividade, deu à luz, de dentro do seu próprio corpo, o corpo do Messias. É nesta condição que devemos viver. A lei a que estávamos submetidos foi rompida, não só para que ficassemos livres da lei, mas para que, uma vez unidos ao Cristo ressurreto, déssemos frutos para Deus.
Como Jesus disse, "se vocês se mantiverem em mim, certamente darão frutos, muitos frutos." Se a noiva pretende dar à luz a filhos, não basta que ela meramente conceda a sua mão em casamento no dia da celebração de seu enlace matrimonial. Ela precisa entregar-se a si mesma em amor, sempre de novo, e é assim que o novo filho chega ao lar. Nós temos que nos entregar a Cristo, não uma vez somente, no dia que o aceitamos como Salvador, mas sempre de novo, constantemente, a cada instante. E sempre que o fizermos, ele haverá de gerar muitos frutos, através de nós.
O misticismo oriental é bastante popular nos nossos dias, mas a mistica do Cristianismo é bastante superior. O misticismo oriental exige que as pessoas neguem a sua própria personalidade. Na mitologia hindu, quando Shiva se apaixonou por uma mulher mortal, ele colocou os seus braços em torno dela e ela sumiu. Esse tipo de coisa não acontece no Cristianismo. Quando nós nos convertemos ao Cristianismo, de forma alguma colocamos, com isso, a nossa personalidade em jogo. Deus nos criou como seres racionais e morais, e, quando nos revela a sua verdade, ele nos trata como seres racionais. A noiva que disse sim ao seu noivo, no dia do enlace matrimonial, continuará dizendo sim ou não a ele, por toda a vida de casada, e, dependendo do seu sim ou não, poderá ocorrer o nascimento de filhos - ou não. Da mesma forma, nós, que somos seres racionais e morais, somos convocados, com a máxima seriedade, a dizer sim ou não para Deus, ao longo de todos os dias de nossa vida. Nós temos o supremo chamado de nos ofereermos a nós mesmos em amor a Cristo, porque ele gera frutos por meio de nós...
A mistica cristã está baseada na realidade do que os teólogos chamam de nossa "união mística" com Cristo. Deus, o Pai, tornou-se o nosso Pai; nós estamos sendo habitados pelo Espírito Santo; mas, de acordo com o Novo Testamento, há uma união mística entre o crente individual e Jesus Cristo - não uma união mística que seja capaz de reduzir a nossa própria personalidade - mas o oposto. Enquanto continuamos racionais e morais, com um chamado para amar a Deus, nós que fomos libertos das cadeias da lei recebemos agora o mais elevado chamado para nos oferecermos a Jesus Cristo. À medida que fazemos isso, ele produz frutos em nós. "Permaneçam em mim, que eu gerarei muitos frutos."
É simplesmente impossível para nós gerar qualquer fruto pelas nossas próprias forças. Você deve se lembrar do que líamos em 6:11. de que devemos "considerar-nos" como se estivessemos mortos para o pecado. Em seguida, lemos em 6:13 que devemos "oferecer-nos" a nós mesmos como instrumentos da jsutiça de Deus. Não se poderia ter uma idéia mais nítida daquele amor, que uma noiva demonstra quando se oferece a seu noivo, do que usando a palavra oferecer-se. Trata-se de uma atividade passiva. "Ofereçam-se a si mesmos" diz Paulo. A quem? Ofereçam-se àquele com quem vocês se casaram - ao Cristo ressurreto, ao Cristo vivo.

Porque, quando viviamos segundo a carne, as paixões pecaminosas postas em realce pela lei, operavam em nossos membros a fim de frutificarem para a morte.Rm7:5

O uso, na versão revista e atualizada, da palavra "paixões" é mais adequado do que "emoções", como encontramos na versão King James da Bíblia. Antes de abraçarmos o Cristianismo, as "paixões pecaminosas" que surgiram pela lei estavam gerando frutos "para a morte". "O salário do pecado é a morte". Antes de sermos salvos, esta mesma lei, por si mesma, só produzia morte.

Agora, porém, libertados da lei, estamos mortos para aquilo a que estávamos sujeitos, de modo que servimos em novidade de espírito e não na caducidade da letra. Rm 7:6

Tendo sido libertados da lei e da morte que ela produz, não somos chamados agora apenas para ser livres, mas para servir. Mas como poderíamos ser capazes de fazer isso? Por meio da ação do Espirito Santo, do conhecimento do poder de Cristo. Não somos salvos só para sermos salvos; não somos salvos só para sermos neutros. Somos salvos para que nos tornemos um só com Cristo, e para que ele possa gerar frutos por meio de nós. Somos salvos para servir "não a caducidade da letra... mas em novidade de espírito". Se pretendemos dar fruto, não podemos fazer isso à moda antiga. Como vimos repetidas vezes, não importando se já fomos salvos ou não, este mesmo principio continua valendo: não temos como salvar-nos a nós mesmos observando a lei; e, enquanto cristãos, depois da nossa salvação, não teremos como gerar frutos para Deus só pela observação da lei. Não temos como fazê-lo pelas nossas próprias froças, mas somente "em Jesus Cristo nosso Senhor".

Freqüentemente, passamos aos novos convertidos a impressão de que eles seriam capazes de automaticamente exibir um caráter cristão. Sempre que tentamos desenvolver o caráter cristão pelas nossas próprias forças, acabamos fracassando. Termos abraçado o Cristianismo não mudará o fato de que é tão impossível manter a lei pelas nossas próprias forças quanto nos era impossível salvar-nos a nós mesmos, apenas pela observação da lei. Isso seria como se um fino ramo cortado se apresentasse à videira e dissesse "sou um ramo e pretendo dar frutos". Isso seria simplesmente impossível. O pequeno ramo precisa necessariamente estar atado à videira. Seria como se uma noiva dissesse "estou casada agora, portanto já posso ter filhos", para depois se virar e seguir o seu próprio rumo, deixando o marido para trás. Não haverá nascimento algum enquanto a noiva não se oferecer ao noivo. Agora, quando ela se oferece ao noivo, é possível que deste enlace seja gerado um filho. E é precisamente isso que Paulo está nos dizendo aqui. Sempre que assumimos uma postura de quem diz "agora sou cristão, posso manter a lei" certamente acabaremos de cara no chão."